Texto 05 - As transformações do feudalismo – a expansão européia dos séculos XV e XVI

A economia feudal: No século IX, a Europa já estava ruralizada. Os novos deslocamentos de populações não germânicas (os vikings e os magiares) e a expansão dos árabes na península ibérica contribuíram para que a situação política e econômica se tornasse muito instável.

O desdobramento dessa situação foi a redução das atividades comerciais e a organização de defesas locais, mediante a formação de exércitos particulares e fortificação dos castelos. Nesses universos fechados e localizados, conviviam senhores e camponeses, que produziam os próprios meios de sobrevivência.

A grande propriedade rural, isto é, o feudo, tendia para a autosuficiência, uma vez que seus habitantes produziam quase tudo de que necessitavam. O que faltava era obtido nas feiras, nas aldeias e em outros feudos por meio de trocas.

Nos feudos, a terra era dividida da seguinte maneira:

Manso senhorial (terras do senhor), onde se localizavam o castelo (a produção das terras pertenciam aos senhores);

Manso servil dividido em lotes (tendências) entre os camponeses que daí retiravam o seu sustento;

Manso comunal composto de pastagens, bosques e florestas (era utilizado pelos senhores e pelos servos).

A produção baseava-se no sistema trienal, uma forma de explorar a terra por meio do revezamento de três campos divididos em faixas, para evitar o esgotamento do solo. Observe o quadro a seguir:

Sociedade: Era a posse da terra o elemento que definia a divisão da sociedade. Pode-se considerar que havia duas camadas sociais: a dos senhores feudais proprietários (leigos ou eclesiásticos), e a dos não-proprietários (servos – a maioria da população).

Entre os senhores feudais havia as relações de suserania e vassalagem que se reproduziam sucessivamente entre os nobres, formando uma extensa rede, na qual a maioria dos nobres era ao mesmo tempo suserano de uns e vassalos de outros.

Relativamente aos servos, em troca de terras e de proteção militar os sevos deviam uma série de obrigações aos senhores, tais como a corvéia (trabalho gratuito nos mansos senhoriais em alguns dias da semana), a talha (dar ao senhor uma parte de sua produção) e as banalidades (taxas pelo uso moinho, fornos, celeiros e outras instalações). Além dos servos havia também trabalhadores livres que viviam em aldeias.

Transformações: Entre os séculos XI e XV a Europa feudal passou por uma série de modificações, tais como o renascimento de cidades e o reaquecimento do comércio, o fim do trabalho servil, surgimento da burguesia, a centralização política com o surgimento das monarquias nacionais. O principal motivador de todas estas mudanças será o aumento da produção agrícola, que por sua vez permite crescimento populacional, que por sua vez gera um excedente populacional do feudo faz com que parte dessa população migre para as aldeias transformando-as em cidades (burgos), onde se exerciam atividades comerciais e artesanais. Esse crescimento urbano e comercial promove o afluxo de moedas que readquiriram papel importante nas atividades comerciais, permitindo o surgimento de bancos e casas de câmbio. Com este desenvolvimento estão dadas as condições para a centralização do poder político com a formação das monarquias nacionais, favorecendo ao setor da burguesia e setores da nobreza que não tinha dinheiro. As primeiras monarquias nacionais a surgirem serão Portugal, Leão e Castela (Espanha), França e Inglaterra. Estão dadas as condições para a expansão marítima européia e o encontro de novas terras, entre elas o futura Brasil...

Fontes: Moraes, José Geraldo V. de. História Geral e Brasil, São Paulo, 3ª Ed., Atual Editora, 2009, pp. 138-152.

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